JOÃO LOURENÇO COM O FUTURO CADA VEZ MAIS NUBLADO
Por: Francisco Rasgado / Chico Babalada
Jornal ChelaPress
João Lourenço, não se preparou para ser presidente de Angola, por
conseguinte, desavisadamente, tem vindo a criar condições, para ser engolido
pelo seu próprio MPLA.
Luísa Damião é uma das meninas dos olhos de João Manuel Gonçalves
Lourenço, Presidente do MPLA e da República de Angola, e, a estrela ascendente
do partido dos camaradas.
Com uma carreira pouco visível, há quem, á aponte mesmo, como a próxima
presidente do MPLA, caso se faça a separação de águas – MPLA é o MPLA e o
Governo é o Governo. O candidato à presidente da República de Angola, não tem
que ser, necessariamente, o presidente do partido. Mas, para isso é necessário, que haja a
revisão da Constituição.
Luísa Damião é a vice-presidente e secretária para
a política de quadros do Bureau Político do MPLA – dupla função.
O MPLA tem
que ficar á imagem de João Lourenço.
Só existe, na medida em que existe João
Lourenço. Entretanto, há quem defende que os partidos são todos muito
cesaristas, assim como, uma grande personagem do partido dos camaradas faz
lembrar que João Lourenço, até
então, tem vindo a conseguir lançar um ser de figuras, não obstante, ainda não
conseguirem falar por ele, ou seja, nada produtivas. Nas escolhas de João
Lourenço, podem pressentir-se muitas simpatias. “Às vezes nota-se uma preferência afectiva, em relação a uns tantos
(Sílvia Lutucuta, Manuel Tavares de Almeida, José Carvalho da Rocha, Pedro
Sebastião, Ricardo Viegas D’ Abreu, Carolina Cerqueira, Luís Fernandes, Ângela
Bragança, Luísa Damião), criando desinteligências no seio dos militantes”, afirmou um membro do comitê central que prefere o anonimato. E
acrescenta: “Há dirigentes com
expectativas próprias, mas, com a noção de que isso pode conflitar, com o que
está sendo apresentado, como interesse absoluto do MPLA, por isso, não se
manifestam”.
Todavia, para
equilibrar o cenário político no seio do MPLA,
de acordo com as linhas definidas pelo João
Lourenço, Luísa Damião, foi
projectada e potencializada, em detrimento de outras figuras de proa. Respaldada
pelo João Lourenço, presidente do MPLA, e com o apoio de novos quadros recém-ascendidos
ao Comité Central e Bureau Político do MPLA, mas, muito ávidos de poder, Luísa Damião, vice-presidente, vem
conseguindo destacar-se, nas articulações de bastidores no seio do MPLA. Na
arrumação do MPLA, Luísa Damião, tem
sido incansável na luta por mudanças, á favor de João Lourenço. O seu empenho, valeu-lhe o reconhecimento de uma
grande franja no seio do MPLA e, pelos vistos, introduziu uma filha no Comité
Central, um filho no Comité Provincial de Luanda e melhorou o humor.
De bem com a
vida, apesar dos problemas de histórico político e não reconhecimento, pelos
militantes tradicionais, Luísa Damião, vice-presidente
do MPLA, está mais à vontade no
partido dos camaradas. Tomou gosto! Um ano depois de tomar posse, á sombra de Boavida Neto, anterior Secretário-Geral
do Partido, com a sua saída, também desapareceu. Com o apoio expressivo de João Lourenço, varreu o Boavida
Neto e introduziu para o seu lugar, Paulo
Pombolo, transformando-o, obviamente, num nulo “Yesman”, sem qualquer visibilidade. Porém, foi com a ascensão, em
1979, de José Eduardo dos Santos, no
comando do M.P.L.A que se
introduziu, novamente, a figura do secretário-geral e mais tarde a figura do vice-presidente. O novo
ciclo, de Secretários-Gerais, iniciou com Lopo
Nascimento, passando por Marcolino
Moco, João Lourenço, Dino Matross, Paulo Cassoma, Boavida Neto e agora Paulo Pombolo.
Quanto ao
vice-presidente, iniciado um pouco mais tarde, com Pitra Neto; seguido por Roberto de Almeida – o rosto dos
catetes, considerado de traidor pelos mesmos (por causa do eterno problema do
legado de Neto); João Lourenço e presentemente Luisa Damião.
Ora vejamos,
o que nos diz o Estatuto do MPLA,
quanto as competências do Secretário-Geral. As competências são muitas e faz
dele o gestor absoluto do partido, coordenador do secretariado do Bureau
Político, com uma linha directa com o presidente do Partido. Todavia, alguns
enxertos sobre as suas competências:
1.
O Secretário-Geral é o órgão individual,
executivo permanente do Partido, a quem incumbe dirigir a organização e a
gestão administrativa do Secretariado do Bureau Político, a política financeira
e a gestão dos recursos humanos do Partido, de acordo com a orientação definida
superiormente.
2. O Secretário-Geral é eleito pelo Comité
Central, de entre os seus membros, pelo sistema maioritário.
Está tudo muito confuso e atrapalhado! Perante este facto concreto de
nulidade do Secretário-Geral, a vice-presidente, sorrateiramente, apoderou-se
de tudo e de todas as responsabilidades do Secretário-Geral.
A situação
política ficou muito mais fácil para Luísa
Damião, no controlo do MPLA.
Apenas um senão, não conseguiu introduzir o seu pivô a frente dos destinos do
Comité Nacional da JMPLA. Ficou
mesmo a tutelar o Comité Nacional da JMPLA,
Crispiniano Vivaldino Evaristo dos
Santos, candidato do Cunene,
apoiado por forças bem esclarecidas no seio da JMPLA. Entretanto, continua a fortalecer a sua relação com o
presidente do partido. Luísa Damião,
com um bocado mais de jeito, vai acabar, na prática, por substituir João Lourenço, na liderança do MPLA. Pois, João Lourenço, está envolvido numa confusão mental, política,
sócio-económica e governamental tão grande que, vai certamente, permitir ser
ofuscado pela sua vice, um processo perfeitamente normal se tivemos em conta,
os factos e os dossiês truculentos, que o próprio tem em mãos.
Com o devido respeito e consideração à jornalista de primeira água, ela
tem lábia de guerrilheira!
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