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Trabalhando nas margens da grande mídia. Blog é, antes de tudo, atitude. Gente com prazer e vocação para se engajar num jogo de opinião e comentário.


INTERNET NO DIA-A-DIA DOS ANGOLANOS



Surgidos há pouco mais de dez anos, e com a velocidade típica das invenções do mundo virtual, os blogs ou diários da Internet, estão a deixar a nova geração entrar na idade adulta. Cada vez mais maduros; mais conscientes e mais políticos. O critério supremo da verdade é a prática.

Em sua primeira fase, eles eram usados quase que exclusivamente pelas pessoas que queriam expôr as suas intimidades e se relacionar com os colegas da rede. Agora, essa ferramenta começa a ser utilizada de maneira séria em campos como a política, a cultura, social, económico e os negócios. Por meio de blogs, cidadãos até então anónimos, de jovens militantes a jornalistas, têm tido participação marcante nos acontecimentos políticos, sócio-economico, financeiros e culturais do país. Só a mudança tem força para alterar o curso da crise gritante angolana. Eles denunciam políticos, governantes, corruptos, trouxeram à luz notícias quentes e fiscalizam a cobertura da mídia, sobretudo oficial. Os blogueiros, como são chamados, os que se devotam à actividade, conquistaram prestigio – um emblema disso é que debatem para serem tratados com a mesma deferência da grande imprensa partidária nas convenções políticas e governamentais. Os blogs revelaram-se uma forma de expressão extraordinária também em outras situações.

No ano passado, os blogs foram a área que mais cresceu na internet nacional. Desde que surgiram, a Internet foi saudada como a ferramenta ideal para que qualquer um pudesse divulgar suas ideias. Mais que os sites, os blogs são a consumação dessa possiblidade. Apenas alguns exemplos: MorrodaMaianga.blogspot.com de Reginaldo Silva, JornalChelaPress.blogspot.com de Francisco Rasgado,  marcolinomoco.cafe de Marcolino Moco, Club-K, peroladasacacias.net, caralavada.net, makaangola.org de Rafael Marques, folha8.net de Wiliam Tonet, opais.ao da mídia nova, redeangola.inf, kwatchaunitapress.com da U.N.I.T.A. etc, etc.   

Foi por meio deles que os angolanos tiveram contacto com as primeiras cenas da tragédia da calamidade do Lobito; estado de saúde de José Eduardo dos Santos, Presidente da República de Angola; indicação de João Lourenço e Bornito de Sousa, para primeiro e segundo da lista nacional de candidatos do M.P.L.A.; o M.P.L.A. a dividir os partidos da oposição para melhor reinar; presumível saída de Wiliam Tonet, vice-presidente da CASA-CE, a ditar a divisão. Em Angola, eles são hoje uma arma dos dissidentes políticos. E as empresas já apostam que o seu uso será cada vez mais estratégico.  

Francisco Rasgado / Chico Babalada

Jornal ChelaPress 

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