TODOS NA BASE
ELEIÇÃO: PALAVRA DE ORDEM DO M.P.L.A
Todavia, supostos candidatos
posicionam-se não entrando em pormenores sobre os seus próximos passos, mas
afirmando terem deixado claro nos encontros que têm vindo a manter com os
militantes nos últimos dias de que estão prontos para oficializarem os seus
desejos para o bem de Benguela. Querem também concorrer ao lugar maior do
partido na província de Benguela.
Isaac dos Anjos,
governador da provincial e 1º secretário do M.P.L.A em Benguela, voltou
aos holofotes com as conferências
provinciais do partido. Mas uma vez. Veio, desta feita, socorrer-se, tentar
estancar a sangria de popularidade do seu mandato e cobrar providências, acção
e reacção, mais agressivas do partido contra a avalanche de problemas que estão
a surgir no horizonte. Isaac já
começou a sentir o cheiro de queimado a sua volta. Pois, esqueceu-se que o trabalho de base é
fundamental. Limitou-se apenas ao exercício governamental.
Teme que a onda política que assola Benguela leve a
população em geral e particularmente os opositores internos a fazer quebrar o
seu ciclo político e a desistir do papel de protagonista principal na festa da
democracia, marcada para Maio de 2016, onde será eleito o 1º secretário
consensual. Ignorou a força dos opositores (internos) no seio do partido e
menosprezou os urbanos, fazedores de opinião e detentores de um forte cordão
umbilical com o poder central. Muitas incompreensões no seu exercício
governamental.
A grande maioria avalia que, em um eventual cenário
demasiadamente negativo, Isaac dos Anjos,
lá para meados de Março, quando
a campanha com vista a localização dos 120 membros para o Comitê Provincial e
subsequente eleição do 1º Secretário Provincial estiver de facto esquentada, o “apelo
aos urbanos, muitos deles desconhecedores do estatuto e dos regulamentos do partido” vai se
efectivar com uma edificante resposta do mesmo sector. O sector urbano vai
entrar em cartaz mais cedo do que se planeja. Com a expectativa de Isaac dos Anjos repetir junto à
população o sucesso arrebatador da edição huilana.
Veríssimo Sapalo, o cobiçado como a melhor opção interna e operativa
mais popular do corredor Cubal, Ganda, sabe que esse é um lance por demais
arriscado, devido algumas nuvens no seu currículo, articulações políticas mal
feitas e alguns militantes prejudicados.
Jeremias Dumbo, não obstante ser o mais popular do corredor vermelho
(do Kalupeteca) que compreende o Bocoio e o Balombo e também do corredor
partilhado com o sempre grande quadro da JMPLA,
Filipe Domingos, coloca em duro teste a sua reputação costurada em 4 anos
de 1º secretário do MPLA, no Tempo
de Dumilde Rangel. Ele, hoje mais
experiente não tem muito de convencer a turba de que, apesar dos pesares da
herança deixada até aqui, poderá fazer mais que o Isaac dos Anjos. Uma aventura rumo ao segundo mandato à frente dos
destinos do partido em Benguela.
Filipe Domingos, aglutinador e operativo absoluto do corredor Caimbambo
e Chongoroi, figura carismática da JMPLA
não se mostra muito seguro e confortável na disputa de Maio, pois lhe
parece o cenário econômico, financeiro e político nada bem definido para o bem
ou para o mal. Entraria sim como consolidador
das conquistas do MPLA. Cravaria
o feito de dezenas de anos do MPLA no
controle da província de Benguela. E seguiria no papel de fiador e tutor da
estabilidade política.
Eduarda Magalhães está de fora da presumível lista de candidatos ao
cargo de 1º secretário do MPLA em Benguela, deixando a intenção de apoiar Jeremias Dumbo e em última instância Veríssimo Sapalo.
É aguardar os próximos capítulos da temporada!
Francisco Rasgado
Jornal ChelaPress
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