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A sala dos Crimes Comuns do novo Tribunal de Benguela Localizado nas torres das A.A.A., dispõe na sua cave calabouços (salas tétricas e muito escuras), onde são mantidos os detidos enquanto aguardam pelos julgamentos. Estes calabouços fazem lembrar as prisões da Idade Média.



OS CALABOUÇOS DO NOVO TRIBUNAL DE BENGUELA






Fato bonito não esconde preparação barata, assim como edifício novo não esconde incompetências.

Álvaro Manuel Júnior da Silva “Mimoso”, filho de Alfredo Silva e de Josefa Boavida, natural do Huambo, 54 anos de idade, trabalhador dedicado e honesto, na madrugada do dia 25 de Novembro de 2016, a sair do óbito de um seu familiar, Álvaro Domingos Rasgado “Diavita”, teve na estrada Benguela – Baia-Azul, um acidente de viação contra uma viatura pertencente ao Estado Angolano.

Um acidente que apenas registou danos materiais  nas duas viaturas envolvidas. A viatura culpada fazia-se acompanhar de todos os documentos inclusivé do seguro contra terceiros.

À partida a reparação da viatura considerada um bem do Estado, esse Estado que devia ser de todos nós angolanos, está assegurada pelo seguro da viatura considerada culpada.

Resumindo e concluindo, a polícia reguladora do trânsito presente entendeu, por uma questão de estatística e precaução, registar a ocorrência e remeter o caso à D.P.I.C. – Direcção Provincial de Investigação Criminal. Para espanto do culpado, foi-lhe dada ordem de detenção e remetido a uma cela imunda.

Ainda na madrugada de 25 de Novembro, compulsados os factos alguém de bom censo, e por se tratar de fim-de-semana, deliberou que o mesmo fosse dormir a casa e comparecesse Segunda-feira dia 28 de Novembro de 2016 para mais esclarecimentos.

No dia previamente determinado às 07H:30m, Álvaro Manuel Júnior da Silva “Mimoso”, presente, permaneceu todo o dia sem comer e sem ser ouvido pelo Ministério Público. No final, mais uma vez, prevaleceu o bom senso de uma procuradora no local, na D.P.I.C e Álvaro Manuel Júnior da Silva “Mimoso” foi convidado a passar a noite em sua casa e estar presente no dia seguinte, Terça-feira.

As 11H00 do mesmo dia, Álvaro Manuel Júnior da Silva “Mimoso” foi levado a Sala dos Crimes Comuns do Tribunal Provincial de Benguela e mais uma vez sem ser ouvido pelo Ministério Público, foi atirado para os novos calabouços do Tribunal, aguardando pelo tal dito julgamento sumário. Local arrepiante, doloroso e humilhante, que só faz lembrar as cadeias da Idade Média.




Francisco Rasgado / Chico Babalada
Jornal ChelaPress


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