A HISTÓRIA E A MORTE DO AVÔ JÚLIO
SOPAS
A história de Júlio Ferreira
Sopas é daquelas que se perderam na confusão do período revolucionário de
1974. A prova de que muito há ainda por contar sobre Angola que antecedeu a
queda do colonialismo e o despertar da revolução. Mesmo quando, com os nefastos
acontecimento da baixa de Kassanje e do 4 de Fevereiro de 1961, onde muitos dos
seus correligionários foram presos e outros desaparecidos, todos com ele na
clandestinidade, a sua existência está
referenciada em vários livros, de passagem e sempre associada à luta de
libertação de Angola.
Júlio Ferreira Sopas nasceu em Luanda, aos 06 de Maio de
1914. Aos 16 anos de idade, isto é, em 1930, começou a trabalhar na Alfandega
do Lobito. Porém, mais tarde, transferiu-se para Malanje onde permaneceu até
1961, inicio da Luta Armada. Regressou à Luanda e foi integrado no sector do café,
na empresa Encafé até a data da
Independência de Angola, combinado com o primeiro grupo de acção criado. Após a
extinção da Encafe e criada a Cafangol, como responsável dirigiu a
área dos transportes e manutenção, mantendo o seu vinculo e apoiando todos os eventos
realizados pela empresa em prol do MPLA. Todavia, ingressou na primeira célula
criada após movimento de rectificação até a sua aposentadoria em 14 de Junho de 1989.
Júlio Sopas, tanto antes do 25 de Abril, como no período
conturbado que se seguiu, teve sempre um comportamento exemplar, extremamente
digno e de grande integridade.
A história de Júlio Sopas é daquelas que qualquer filho de Angola, sobretudo, a família Rasgado se orgulha de ter o privilégio,
de ser seu familiar e com ele conviver. Um conhecimento que me atrevo a
classificar e considerar de serviço público. Interessante para os que viveram o
período revolucionário e essencial para que os mais novos possam compreender
melhor um período tão decisivo para àquilo que é a Angola dos nossos dias.
Júlio Sopas faleceu em Luanda, de morte natural, no dia 26 de
Julho de 2017, com 103 anos de idade. Deixou uma viúva, 2
filhos, 60 netos (incluídos os Rasgado)
e 25 bisnetos.
Que a sua
alma descanse em paz e o seu nome permaneça presente na vida de todos os
familiares, amigos, colegas e de todos os angolanos.
Família Rasgado
Luís de Oliveira Rasgado
Nenhum comentário:
Postar um comentário