OS PERCALÇOS DA TRANSIÇÃO
JOSÉ EDUARDO DOS SANTOS? NUNCA MAIS!
Conhecemos bem a história de Angola, antes e depois do “25 de Abril de 1974”! O Estado angolano,
constituído unilateralmente, arredou-se de muitas iniciativas para achar, o que
não sabia, podia ou queria fazer, mais e melhor. Quando abriu esse universo,
alegadamente, impróprio ou deficitário aos angolanos de Angola, encontrou
quantidades e qualidades (zero), diferentes. Histórias de sucesso insustentáveis,
ética política, razoabilidade e racionalidade. As insuficiências pessoais ou
institucionais do Estado, a fuga para frente e a falta de lucidez, perante o
que havia á fazer, podem ter sido agravadas, com pecados de fiscalização menos rigorosa,
de controlo menos conhecedor, de regulação descuidada ou tardia.
São estes pecados, que precisam ser saneados. Um Estado decente, bem formado
e bem informado, precisa salvar o bem estar das populações, as empresas
nacionais sadias, da crise reinante, mesmo que seja preciso rever, em processo
de emergência, formas de tutela, regimes legais e modos de supervisão.
No entanto, no actual regime de marchas forçadas, o governo de João Lourenço, não deve negar o apoio
de ninguém, desprezar a concertação de toda a sociedade, nem aceitar a
distorção da realidade, por algumas entidades desavisadas, que pode apenas
agravar o que já é, demasiado sério.
Precisa-se nisto de unidade nacional. Mas, não imposta, por algo que não
seja, a verdade total dos factos.
Precisa-se de unir mais, do que dividir, recuperar o tempo perdido.
Os angolanos interessados, não querem tratar o caso de forma irresponsável,
como se fosse honroso celebrar a destruição histórica de um povo, e
comprazer-se, com a mistura do trigo e do joio corporativo.
Há quem pergunte, onde estão, neste momento de angustia, os muitos, que
na sociedade, na governação, na política, nos partidos, lucraram com o regime de
José Eduardo dos Santos ou foram ajudados pelo BPC – Banco de Poupança e Crédito, BESA – Banco Espírito Santo Angola, BCI – Banco de Comércio e Indústria e tantos
outros? Todavia, uma grande maioria, entende que o Estado angolano, não pode
desertar de responsabilidade em tudo isso.
Este ponto parece essencial, porconseguinte, não resolve, sem uma forma
qualquer de intervenção pública.
O actual governo, liderado por João
Lourenço, ascendeu ao poder, se ainda se lembram, numa situação de colapso
financeiro nacional. Mas, subiu ao governo, com um programa dito de mudança
radical, em relação ao regime até então conduzido a seu bel-prazer, por José Eduardo dos Santos: como se a
solução da maioria dos problemas se resolvesse, simplesmente, com a passagem de
pastas e de um discurso fervoroso.
Posso estar a caricaturar e a ignorar, algo mais profundo: tal convicção
privatizadora, começara com o governo, de José
Eduardo dos Santos, que tratou a iniciativa não-pública, e sobretudo, os negócios
dos governantes e políticos (particularmente do MPLA), com larga benevolência e carinho.
Podemos chegar alto. Mas antes, tem de
se querer… Podem crer!
Francisco Rasgado / Chico Babalada
Jornal ChelaPress
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