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O QUE MUDOU EM BENGUELA? NANDO JORDÃO O HOMEM DA PALAVRA - Nando Jordão atingiu a plenitude da sua carreira desportiva depois da deslocação à cidade de Leipzig, Escola Superior de Cultura Física, na antiga República Democrática Alemã (RDA), para formação de treinador, tendo conluido com a nota máxima. Foi também nesta escola onde Artur Jorge, treinador português se formou.




















O QUE MUDOU EM BENGUELA?
NANDO JORDÃO O HOMEM DA PALAVRA


Nada, na história, muda tão drástica e repentinamente. Por muito que as pessoas se esforcem, ainda não é com um estalar de dedos que um desportista de raça, culto e benguelense de Benguela, muda de clube e naturalidade.

Nem com um estalar de dedos, nem com pressões e intimidações, envolvendo os seus próprios filhos por incontestável que fosse o seu resultado.

A história de Fernando da Trindade Jordão, filho de Manuel da Trindade Jordão “Ulalá”, um dos 20 filhos de uma das famílias mais tradicionais de Benguela não terminou com a sua saída do Acadêmica do Lobito, sua indicação para selecionador da equipa maior do futebol de Angola, passagem pelo Governo da Província de Benguela e Associação Provincial de Benguela, e, agora membro da F.A.F. - Federação Angolana de Futebol.

Também não terminou com a troca de nacionalidade que efectuou com o seu querido cunhado António Ansénio da Silva “Tony Jordão”, natural de Luanda e marido de sua irmã Anabela Jordão.

Tal como nada ficou assente quando pretenderam anular o seu espaço na província de Benguela, pois,  iniciou sim, em Luanda, uma nova era, um novo casamento com uma mulher nova e também ligada as lides desportivas.

Basta saber deste historial para ser fácil adivinhar que não é todo esplendor a determinar o que se passará nos anos mais próximos.

 Fernando Jordão está fisicamente ligado a Benguela dos Benguelense - as estradas que o ligam ao mundo passam pelo o território de Benguela.

Como refere na generalidade dos analistas, o que parece certo é que o Volta Man-Nando é apenas um passo.

Claro que o futebol não é tudo, como se vê quando Angola (Luanda, Benguela, Huíla e Cabinda) acorda do pesadelo, e pergunta: Que fazer com estes autênticos elefantes brancos – os estádios de futebol?

Mas o facto de em 2010 José Eduardo dos Santos, presidente da República de Angola ter tido tempo para assistir in-loco a obra “desnecessária” e o acto inaugural do C.A.N, numa altura em que o governo esbanjava dinheiro é sintomático.

No fundo, este desporto é o único capaz de provocar a guerra e selar a paz. O que pode conduzir a revolução urgente, no país. Em 2010, as manias das grandezas de Angola falaram mais alto e organizou-se o C.A.N, contrariando todas as expectativas. Angola concorreu com uma equipa medíocre a todos os níveis com estrelas (de) cadentes a precisarem de reforma. Até hoje não se recuperou do desaire.

É tempo de compreender que Angola precisa urgentemente de se organizar com gentes competentes e responsáveis e não com bajuladores. Envolver o Estado e a sociedade, criar escolas de formação nas pequenas e médias categorias, pôr os nacionais capazes e conhecedores a controlar o futebol no país, obrigar os clubes a formar e a lançar os seus júniores, insistir na existência de um órgão reitor que regule com seriedade e tranquilidade as actividades desportivas do país, ou seja, com cabeça, tronco e membros, criando harmonia, igualdade e respeito entre os intervenientes e agentes desportivos, sem excepção. Angola tem potencialidades para chegar bem alto. Mas antes tem de se querer.

Pode crer.

Com uma ligação de amigos e fãs a transbordar pelos cantos, quer em Benguela, quer no Lobito e Catumbela, Fernando da Trindade Jordão, posiciona-se hoje como um dos melhores filhos de Benguela. Todavia, Nando Jordão atingiu a plenitude da sua carreira desportiva depois da deslocação à cidade de Leipzig, Escola Superior de Cultura Física, na antiga República Democrática Alemã (RDA), para formação de treinador, tendo conluido com a nota máxima. Foi também nesta escola onde Artur Jorge, treinador português se formou.    

O autor é um jornalista que nasceu e vive em Benguela e deixa uma série de alertas sobre o que não corre bem em Benguela e na Federação Angolana de Futebol, com qualidades que, afinal, não são tão invejáveis quanto seria de supor.    

Francisco Rasgado
Jornal ChelaPress

        

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