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EM BENGUELA A CRIMINALIDADE ESTÁ NA RUA - Com o salto da criminalidade, Benguela já está entre as quatro cidades com a maior ocorrência de criminalidade do país. Nada menos do que 85% desses crimes são cometidos com armas brancas.



EM BENGUELA A CRIMINALIDADE ESTÁ NA RUA

O crescimento do fenómeno esticão tem alta concentração no centro urbano. A polícia está com um pouco mais de qualidade, mas precisa de muito mais. Precisa ser menos administrativa e mais operativa, mais ofensiva. O país está sem liquidez. O que fazer?

Benguela, que nunca figurou entre as cidades mais violentas do País, vive uma onda de criminalidade denominada de esticão sem precedentes, provocada pela crise sócio-económica e financeira (aumento de desemprego, falta de formação profissional, ausência de oportunidades e má distribuição das riquezas do país). Até à presente data, um número incalculável de pessoas foram vítimas de esticões, contra um número insignificante em 2014. Só nos últimos dois fins-de-semana ocorreram 17 assaltos na urbe de Benguela.



Com o salto da criminalidade, Benguela já está entre as quatro cidades com a maior ocorrência de criminalidade do país. Nada menos do que 85% desses crimes são cometidos com armas brancas.

Entretanto, não podemos esquecer que o tráfico de drogas e o consumo crescem junto, um não sobrevive sem o outro. Porém, ressalta-se que a droga mais usada é o álcool e há uma relação clara entre droga e actos violentos.

O crescimento vertiginoso da criminalidade doméstica na cidade de Benguela tem alta concentração justamente em três aglomerados de classe média controlados por marginais “motoqueiros” bem identificados. Os pontos de assaltos na cidade estão consolidados. A “onda jovem”  descreve um facto terrível: são jovens, dos 16 aos 35 anos, as maiores vítimas e os principais autores dos crimes na cidade.

O que fazer para inverter esse quadro?

É um dado adquirido que a criminalidade na cidade de Benguela, ao contrário do Lobito, que tem utilizado outras políticas, aumentou e o Comando Municipal da Policia Nacional de Benguela não se ajustou, ou seja, não acompanhou o crescimento da cidade, criando novas politicas de prevenção criminal, mais meios humanos, materiais e técnicos. Todavia, é preciso ter mais atenção com a segurança pública, que significa ordenamento do território, ruas tratadas para facilitar a circulação de viaturas, iluminação pública e gente esclarecida.

Muita importância para a prevenção rodoviária e pouca importância para a prevenção criminal.

De acordo com os dados estatísticos, a questão aqui não se resume à criminalidade. Ela reside também no comportamento da população de uma maneira geral. Os problemas de Benguela não são só os esticões.

Para lutar contra a violência galopante, o Comando da Polícia Nacional de Benguela, a Polícia de Investigação Criminal e o Ministério Público têm que falar a mesma linguagem.

Para melhorar a situação recomenda-se um conjunto de medidas: actualização da legislação penal, reestruturação da Ordem Pública e Investigação Criminal, maior agilidade do Poder Judicial e uma grande melhoria no sistema prisional.

A boa colocação da cidade de Benguela pode bem facilitar a eficiência desses mecanismos. A polícia, por exemplo, costuma ser maltratada e mal paga - daí “as gasosas”. Por incrível que pareça, o índice de criminalidade é o mais fácil de ser reduzido.

Se um local vai mal nos indicadores de criminalidade, costuma ir bem pior nos demais. 


Francisco Rasgado
Jornal ChelaPress



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