AMNISTIA NÃO ABRANGE KIM RIBEIRO E PARES
Por: Ismael
Nascimento
Este, antigo director provincial
de Investigação Criminal (DPIC), de Luanda, hoje SIC (Serviços de Investigação
Criminal(SIC), foi o único que teve uma pena branda (cinco anos) de prisão. A
maioria teve penas que vão dos 15 aos 20 anos, mas que depois foram aumentadas
pelo Tribunal Supremo (ver mais adiante).
Contra Kim Ribeiro
e mais 20 antigos membros da
corporação, onde se destacavam António João,
João (Caricoco) Adolfo Pedro e Paulo Rodrigues, que respondiam pelo sector de buscas e
capturas, pendiam acusações de autor moral de dois crimes de violência contra
inferior hierárquico de que resultaram
em mortes, e homicídio voluntário a Domingos Francisco João e Domingos
Mizalaque.
Sob o processo número
11/011, o crime, sobre o qual era indiciado
Joaquim Vieira Ribeiro, é punível nos termos do artigo XIX nº 3 “abuso no exercício do cargo e conduta
indecorosa”, conforme está tipificado na Lei dos Crimes Militares.
Antes do julgamento, à excepção de Quim Ribeiro, os outros condenados
ficaram encarcerados mais de um ano.
Ele foi o último a ser detido pela Procuradoria Geral da República (PGR), depois
deste órgão jurisdicional ter ouvido Augusto Viana, que na altura, era o chefe
de Divisão de Viana, local onde decorreu o delito, e que foi uma das
testemunhas chave do encerrado processo.
Nas declarações prestadas
à PGR, Augusto Viana tinha denunciado Kim Ribeiro como sendo o mandante da
morte de Domingos João, oficial que tinha sido incumbido
pelo Comando Geral da Polícia Nacional (CGPN) de investigar o desvio de
avultadas somas de dinheiro do famigerado “caso BNA”.
Segundo Augusto Viana, Kim
Ribeiro pretendia silenciar a investigação do dinheiro desviado do Banco
Nacional de Angola (BNA) por um grupo de funcionários, tendo ele beneficiado
parte deste montante que tinha sido recuperado pela Polícia.
O referido dinheiro foi
encontrado em casa de um dos funcionários do BNA, que se encontrava detido, por
suspeita de roubo, na Cadeia Central de
Luanda(CCL), vulgo Comarca da Petrangol.
Agravamento
da pena
Pouco tempo depois da
condenação, o Supremo Tribunal Militar (STM) decidiu aumentar a pena de prisão do ex-comandante do Comando
Provincial de Luanda (CPL) da Polícia Nacional (PN), Joaquim Vieira Ribeiro (Kim
Ribeiro) e dos seu antigos colaboradores, Paulo Rodrigues e João Lando
Caricoco, de 15 para 20 anos e de 15
para 18 anos de prisão maior, respectivamente.
O aumento da pena resultou
após a análise do recurso apresentado pelos advogados da acusação do famigerado
“Caso Kim Ribeiro”, remetido ao Supremo Tribunal Militar, que se tinham
mostrado insatisfeitos com a sentença aplicada aos réus, cujo julgamento
durou mais de um ano.
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