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BIÉ…


TRÊS INTERVENÇÕES, TRÊS MUNICÍPIOS E TRÊS ENCHENTES!!!


O Bié conquistou, com o Boavida Neto, definitivamente, um lugar de destaque e inquestionável, no conjunto das províncias de Angola.


O projecto político novo, que é o Bié ex- Silva Porto, uma das cidades cujo fundador teve Benguela como ponto de partida. Foi de Benguela que saíram a maior parte dos colonos, que em direcção ao leste foram fundando cidades. O Huambo transformou-se, graças ao sonho imortal de Norton de Matos, em cidade de Nova Lisboa. Mais para o interior sempre para o leste, Bela Vista, Chinguar, Silva Porto, que tem gravada as páginas de ouro o nome do seu fundador, Silva Porto. Ambos ( Norton de Matos e Silva Porto - o terceiro, Álvaro Manuel Boavida Neto, actual governador do Bié, também é verdadeiro), residiram em Benguela e por lá deixaram as suas marcas bem visíveis. Um dos mais valiosos contributos dados a esta penetração colonial, foi sem dúvida a obra de valor internacional que o investimento capitalizado da Inglaterra, a tenacidade e o arrojo dos portugueses, fundamentalmente dos nativos (trabalho escravo) levaram a cabo, implantando carril após carril, por milhares de quilómetros, descobrindo novos caminhos, melhores regiões para um povoamento de fixação mais eficaz. Esta obra é o Caminho de Ferro de Benguela, criada pelo carismático engenheiro Robert Williams, de naturalidade Inglesa.

As alterações substanciais iniciaram no século XXI, com Álvaro Manuel Boavida Neto, uma nova era para a martirizada província do Bié. Olhando para o pós-guerra fratricida aos dias de hoje, é uma das mais fantásticas realizações da história de Angola recente. Muito acossada, cheia de fragilidades e contradições, em permanente dúvida e luta pela sobrevivência, mas, ainda sim, com uma história ímpar de crescimento notório e de aproximação, de diferentes sensibilidades e povos.

 Por tudo isto, a visita apoteótica, realizada no dia 25 de Fevereiro de 2017, pelo cabeça de lista do MPLA - João Lourenço, ao Bié, foi mais do que justa e merecida. Deixou, porém um travo agradável, certamente na boca dos bienos. O Bié de hoje com Boavida Neto, político estratega por excelência, merece uma referência positiva.

Olhando ao que se passa com várias outras províncias e cidades, o que é dito por políticos e dirigentes de outras tantas, o “desenho” certo está localizado no Bié e prova deste, assistiu-se agora, com a manifestação de apoio à João Lourenço, novo cabeça de lista do MPLA.

É verdade que, apesar de todas as crises e incongruências, o Bié é ainda, e agora, juntamente com o Huambo de Baptista Kussumua, um dos melhores sítios de Angola para se viver. Mas é necessário também, reconhecer que este já não é o mesmo Bié, cidade fantasma (toda ela cravada de balas), descaracterizada de outros tempos e que está a mudar, rapidamente para caminhos que são, por tradição, do Bié. Tem estado a servir, também, de inspiração para acordar vontades e inverter caminhos.               
Três intervenções, três municípios e três enchentes.


Francisco Rasgado / Chico Babalada
Jornal ChelaPress



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