BENGUELA, JOÃO LOURENÇO… AINDA NÃO FOI DESTA VEZ!
CHEGOU A HORA DE ISAAC DOS ANJOS!
Os militantes do MPLA e os
candidatos a deputados a próxima legislatura, quando falam sobre o estado a que
chegou o MPLA, atiram as culpas para
Isaac dos Anjos, governador
provincial e 1º secretário do MPLA em
Benguela. Isaac dos Anjos não tem
pressa, nem se sente responsabilizado.
Para tudo nesta vida tem o seu “time”
e dinheiro. “Time” para governar e
tratar de actividades partidárias.
O contraste entre a calma de Isaac
dos Anjos e o alvoroço de alguns membros do Comité Provincial tem duas
razões básicas:
A primeira é que, Isaac dos Anjos,
como representante do presidente da República na província e 1º secretário
provincial, pode a qualquer momento reinventar o governo e partido, trocando os
seus intervenientes. A segunda, deriva do facto de que Isaac dos Anjos sabe melhor do que ninguém que o cinismo, as
denúncias de má gestão e o aproveitamento político delas, pelos descontentes e
detractores, fazem parte do jogo democrático. Há os que viram “golpismo” e “conspiração interna”, muitos provavelmente estão mais preocupados
com a manutenção da própria cabeça sobre os ombros do que com a tranquilidade
do timoneiro. A lista do ressentimento e da calunia é longa.
Somos igualmente dignos de respeito. Mas, há quem não consiga entender.
Segundo os descontentes, se houvesse justiça, democracia, crítica e
autocrítica no MPLA, Isaac dos Anjos e elementos mais
próximos, estariam a responder junto do D.D.A
– Departamento de Disciplina e Auditória do MPLA, dirigido por Eduarda
Magalhães “Dada”, Joaquim Frederico de
Almeida e Maiato, por gestão
danosa do MPLA. Mas os políticos,
militantes do MPLA e governantes
omitem que este circo começou com a saída compulsiva de Dumilde Rangel do governo de Benguela. Armando da Cruz Neto, quando 1º secretário do MPLA, declarou, com honestidade, que não dominava os estatutos e
regulamentos do MPLA, que não era
político. O que fez? No final, lavou as mãos como Pôncio Pilatos e foi
merecidamente para sua vida, cuidar da sua saúde, dos seus negócios, e nas
horas vagas vira político.
O MPLA em Benguela está
desarticulado e sem comando. O MPLA
e a sua “galera” caminha como se estivesse
parado e procura forças necessárias para não esquecer qual é o seu papel, valor
no contexto político angolano, para continuar a saber quem é, para dar uma
resposta definitiva ao silêncio. No entanto, os outros estão e estão a chegar com muita força. Isaac dos Anjos não tem pressa, pois
falta tudo. O MPLA precisa de se
acalmar. Na perspectiva de alguns militantes, o MPLA decepcionado está a caminhar cada vez mais para uma direcção muito
perigosa e tem estado a criar crises constantes para desestabilizar o governo. Outros
alimentam a ideia, de que o governo está dissociado do partido. A crise não é
artificial. Isaac dos Anjos e o MPLA afundam-se em suspeitas de má
gestão. Mas, o tom da disputa exacerbou-se de tal forma com a marcha realizada no dia 04 de Março de 2017, de apoio à João Lourenço, novo cabeça de lista do MPLA. Tudo estava organizado para dar certo. A existência de um
programa bem gizado e elaborado por Eduarda
Magalhães “Dada” e os seus
camaradas, era grandioso. Na agenda
estavam à participação de todos os municípios do litoral, alguns do interior,
prevendo uma moldura humana oponente. Benguela em força máxima estaria em festa.
De repente, tudo ficou “esculhambado”,
as participações municipais, muitas delas chegaram depois da festa mal
iniciada, dispersas, vagueavam pela cidade de Benguela, sem norte.
Este não foi um bom momento para Isaac
dos Anjos e seus comandados. É
muito difícil reagir em situação assim, mas o MPLA escolheu o pior caminho. Exibe uma história, que não se
poderia suspeitar que fosse uma característica presente entre seus principais
líderes. Desse clima de desespero salva-se Isaac
dos Anjos, mas não se coloca em situação de grande vantagem, consegue
disfarçar o nervosismo à custa do sarcasmo, o que não é muito sensato, num
político de grande gabarito. Chegou a hora! Isaac dos Anjos tomou definitivamente as rédeas do partido. Entrou
no jogo com o nº 10, camisola do ganhador.
Está na hora de pedir mais moderação
e maturidade ao MPLA.
Francisco Rasgado / Chico Babalada
Jornal ChelaPress
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