ALERTA DOS BENGUELENSES AO M.P.L.A.
A C.A.S.A-C.E. E A U.N.I.T.A. EM
BENGUELA COM MUITAS VANTAGENS
Nunca se saberá ao certo se a
responsabilidade é mais de Jú Martins, até então o homem forte do M.P.L.A, por
ter influenciado o partido para indicação de Isaac dos Anjos a liderança da
provínciade Benguela sem avisar, ou de Isaac dos Anjos, porse ter
incompatibilizado logo à chegada com Benguela e rejeitado a vitória tangencial
de Armando da Cruz Neto, ex-governador de Benguela como motivo suficiente para
se afastar. O certo é que o M.P.L.A mergulhou fundo numa guerra interna que,
além de alguns episódios reprováveis entre militantes e chefias, começam agora
a ter consequências concretas junto dos benguelenses. E bem negativas.
Neste caso o plural é relevante,
pois já é mais do que uma projecção a confirmar a tendência – o M.P.L.A vai
pagar caro a instabilidade.
Continuam a descer nas intenções
de voto e dão os primeiros sinais de estar vulneráveis ao que durante muito
tempo parecia impossível: se os angolanos fossem a voto hoje o M.P.L.A perderia
as eleições para a C.A.S.A – C.E e a U.N.I.T.A, que dominam completamente as
universidades, recém-formados e outros sectores escolares.
Isaac dos Anjos, governador de Benguela e 1º secretário do M.P.L.A. na província,vai entrar em
cartaz mais cedo do que planejava, com a expectativa do M.P.L.A. repetir junto à plateia de Benguela o mesmo sucesso
arrebatador da edição passada, na Huíla. Uma aventura rumo a uma maioria
absoluta em 2017 se mostra muito menos segura e desconfortável na disputa, quando
o cenário económico, financeiro e social para mal dos pecados está muito
bem definida.“Falência absoluta de
Angola, falta de liquidez, nos próximos tempos centenas de empresas pequenas,
médias e quiçá grandes falidas e por último funcionários da função pública com
salários mutilados, recém-formados desempregados e ausência total de admissões
nos quadros da função pública”.
Não acreditamos e jamais algum político ou governante
de fora terá sucesso em Benguela. Benguela quer urbanos, governantes e
políticos com fortes raízes com a sua gente. Benguela há muito que está cansada
de desilusões, ficando obviamente cada vez mais céptica em relação às pessoas e
políticas cada vez mais duvidosas, defendidas pelo partido da situação a fazer
40 anos de poder. Em termos de existência no poder atingiu o tempo de António de Oliveira Salazar, o símbolo
do fascismo colonial português.
O M.P.L.A
não tem gente e políticas para prosseguir no papel de fiador e titular da
estabilidade em Angola. É só aguardar os próximos capítulos da temporada.
Isaac dos Anjos não descartou a sua continuidade à frente dos
destinos de Benguela até às eleições de 2017. Porém,não há entre observadores
no mercado alguém que acredite que essa seja uma posição definitiva de Isaac dos Anjos. A grande maioria
avalia queo cenário é demasiadamente negativo ao governador, e que para lá do final
do ano corrente ou mesmo em 2016, um ano que se avizinha politicamente muito
quente, pode perfeitamente ser nomeado um outro político para Benguela com uma
edificante resposta à boa maneira de Benguela.
Continua a ser Isaac
dos Anjos a aposta de Benguela, o consolidador da fraca conquista anterior na
província!
A máquina política de Isaac dos Anjos está a ser meticulosamente preparada e afinada para
superar os cépticos e os fujões, mesmo sabendo da
existência de quatro grandes pepinos muito fortes para ultrapassar,
nomeadamente: Balombo, Chongoroi, Benguela e Baía-Farta. Todos eles munidos e
armados contra os esquemas políticos e imposições de Isaac dos Anjos.
Estamos às portas das conferências de mandatos,
período que marca o inicio e preparação para as eleições de 2017. Quem será o
vencedor deste pleito, Isaac dos Anjos ou
o MPLA? Estamos aqui para ver!
Francisco Rasgado
Jornal ChelaPress