A LUTA PELA
ALMA DO RUCA MALAICO
Rui Alberto
Hamilton dos Santos, mas conhecido por Ruca
Zarolho pelos amigos da “pedra uma”
e pelos mais actuais como Ruca Malaico, nasceu em Benguela a 11 de Julho de 1954, pai de 7 filhos, todos
avulsos, com três mães, 3 + 1 + 3, filhos da dona Stela das queijadas, da rua 11 do Bairro Benfica.
Toda a sua vida oscilou entre duas
hipóteses: o que poderia ter sido e o que foi. E ele quis ser ele próprio. Ruca Malaico viveu fechado em si
próprio e, cada vez mais, à medida que o tempo foi passando, detestava falar da
primeira mulher, Madalena Monteiro, do
lado de lá, que uma vez o processou judicialmente. De resto, Ruca Malaico estava zangado com tudo.
Os filhos do lado de cá viviam para cuidá-lo e distraí-lo de tanta raiva. Tanto
fizeram para que o álcool não o matasse tão depressa.
Num acto de reconhecimento puro, Ruca Malaico, concedeu metade do espaço
do terreno que ocupava aos filhos (Rui
Santos de 27 anos, Alberto Santos de
25 anos, e Mónica Santos de 21 anos)
de Maria Fernandes, terreno esse
adquirido quando ainda viviam juntos.
Estes por sua vez, inteligentemente, ainda com
o Malaico em vida, no espaço
concedido construíram com fundos próprios várias lojas para uso próprio e
aluguer.
Todavia, a morte de Rui Alberto Hamilton dos Santos à 9 de
Março de 2013, de doença, apanhou de surpresa os três últimos filhos que com
ele viviam e amigos que frequentavam diariamente a sua tasca. Conseguiu
esconder a sua doença até pouco antes da última hora.
Morte do
patriarca, confusão instalada, família desfeita. O material acima de tudo.
Os filhos do lado de cá sustentam a
posição de que depois dos investimentos efectuados por eles, que resultaram no
aparecimento de lojas muito bonitas, os proventos sejam distribuídos por todos,
considerando, obviamente os investidores.
As filhas do lado de lá, longe de
tudo, alimentam a ideia de que, tratando-se de lojas construídas no espaço do
pai, património da família, devem ser vendidas e o valor revertido a favor de
todos os filhos.
Na tarde de 2 de Outubro de 2014, as
irmãs do lado de lá - Stela Santos,
Adelaide Santos e Claucia Santos,
por sinal filhas mais velhas de Rui
Alberto Hamilton dos Santos, acompanhadas dos respetivos maridos,
familiares dos maridos e alguns amigos, invadiram com agressões os irmãos do
lado de cá, igualmente filhos, do segundo ajuntamento, que sempre viveram com o
pai até seu passamento físico.
Estiveram à beira de uma guerra
convencional. Já não se trata de uma tensão de interesses difusos, um rol de
provocações, um simulacro de conflito. Foram agressões físicas desencadeadas
por elementos da Polícia de Intervenção Rápida ligados às do lado de lá,
destruição do património, agressões baseadas nas desinteligências quanto aos
destinos dos bens deixados pelo Ruca
Malaico, mas uma real batalha entre irmãos de ambos os lados.
Um caso que está a decorrer na barra
da justiça e que deve ser tratado com profundidade e seriedade. Nada disso está
a acontecer.
O jornal ChelaPress, conhecedor deste dossier, denuncia publicamente a falta
de sensatez por parte da Sala do Cível e do Administrativo do Tribunal de
Benguela, ao nomear Stela dos Santos
cabeça de casal sem consultar os
restantes filhos, sobretudo todos aqueles adultos que viveram dia e noite
durante décadas, com o pai Rui Alberto
Hamilton dos Santos.
Os juízes
são estudantes e investigadores permanentes. Só assim podem merecer o respeito
e a confiança da sociedade e do povo em geral.
A emoção e
os interesses não confessados podem destruir vidas humanas.
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