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ARTE JAZZ PAZ PARA TODOS



CULTURA AO SERVIÇO DA SOCIEDADE

Durante a exposição de pintura, denominada de Arte Jazz Paz para Todos, do Pintor Abias Kayenga Ukuma, a decorrer nos dias 19 e 20 de Dezembro, no Rasgado’s Jazz Club, na Baía Azul, município da Baía Farta, província de Benguela, o agropecuário Silvano Levi vai, incorporada na exposição, fazer entrega a custo zero do seu livro “Omuongo Sclerocarya Birrea” à sociedade de Benguela. Um livro onde revela a quantidade de árvores de frutos silvestres e plantas ricas existentes no território angolano, as espécies ameaçadas de extinção em áreas desprotegidas e o subaproveitamento das mesmas. O dilema de sempre, ausência gritante de informação, ou seja, o desconhecimento.
No evento, vai ser anunciado o maior corredor ecológico de Angola, na zona centro e sul do país.
Muita gente não conhece as árvores de frutos silvestres e plantas de Angola, mas com a ajuda do agropecuário Silvano Levi e do jornal ChelaPress, esta história pode ser bem diferente.
Nas datas acima citadas, o agropecuário Silvano Levi vai dar sementes de Sclerocarya birrea “omuongo” ao público  presente no evento.
Plante essa ideia e comemore com Silvano Levi o Dia da Árvore.
Muitos anos antes de as caravelas portuguesas aportarem as suas âncoras no espaço posteriormente conhecido internacionalmente através do mapa cor-de-rosa como Angola, este território estava longe de ser um paraíso tropical inabitado. Bem no coração da África Austral, Angola, na região sul, onde hoje ainda convivem várias tribos indígenas, havia uma civilização com avançado conhecimento de engenharia. As evidências arqueológicas mostram bem os vestígios de uma sociedade perfeitamente arrumada em termos de organização e aproveitamento dos seus recursos naturais. Durante pelo menos 500 anos, esses povos resistiram a toda sorte de ameaças de malária e febre amarela, às picadas de cobras e plantas venenosas. Para se curar, usavam infusões de ervas e poções feitas pelos curandeiros com ingredientes quase sempre secretos. Mesmo assim, foram muitas as populações que resistiram às armas de fogo, ao domínio dos colonizadores e às doenças europeias.
A população nativa diminuiu, mas a pilhagem das riquezas naturais angolanas continua a prevalecer, assim como o não aproveitamento das mesmas por parte do poder instalado. Os colonizadores portugueses e não só, que saqueavam as colónias deram  lugar aos novos colonizadores ou missionários. A somar  temos aindaa ignorância e a indiferença da própria classe de Angola no poder em relação às potencialidades das suas riquezas, no domínio da flora e da fauna. A biodiversidade de Angola é incomensurável, útil na produção de alimentos, bebidas, medicamentos e cosméticos.
Angola amarga um prejuízo monetário inimaginável segundo Silvano Levi, formado em agropecuária e especialista em Enfoque territorial e Desenvolvimento Rural, Ambiente e Ordenamento do Território, Prospecção de Recursos Geológicos,  Agricultura e Pecuária, Ensino de Biologia e Piscicultura.
Há casos emblemáticos como Sclerocarya birrea (o omuongo, por vezes também referido por omwongo, ngongo, ngongueiro ou n’gongueiro, sendo que estas duas últimas versões constituem provavelmente um aportuguesamento).
A distribuição da Sclerocarya birrea subsp. caffra é bastante ampla e abrange as divisões fitoecológicas de mosaicos de bioma Zambeziano e Guineo-Congolês, mais a norte na zona de Lucapa, o bioma Zambeziano de todo o centro e sul de Angola e os biomas mais litorais do Planalto do Kalahari e do Karoo-Namibe.
Estamos sentados sobre um património riquíssimo, mas a falta de perspectivas e regras impedem o uso adequado da nossa biodiversidade”, afirma Silvano Levi, para quem o grande dilema da exploração dos recursos naturais é o desconhecimento. Por isso, a bio-pirataria muitas vezes passa despercebida.
Na maioria dos casos, ela é reflexo da falta de fiscalização, de controlo e de uma legislação que projecte a propriedade genética das espécies nativas.
       
Francisco Rasgado

Jornal ChelaPress 

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