ISAAC DOS ANJOS OU AMARO SEGUNDA “QUIABO”
Um clima de
desencanto se espalhou pela província de Benguela com a enxurrada de más
noticias que se abatem sobre o município do Lobito, como as pragas do Egipto.
Gestão danosa,
corrupção brava na Administração Municipal do Lobito, garimpo de terrenos,
ocupação ilegal e abusiva de terrenos fundiários, invasão e aterros dos mangais
sem estudos ambientais e tantas infracções noutras esferas. A situação
realmente não está fácil.
Há dois modos
de encará-la. O primeiro é depressivo: lamentar-se sobre a qualidade da classe
de dirigentes, incapaz de lidar com os problemas do país. O segundo é mais construtivo: estamos diante
de uma oportunidade que toda democracia oferece
àqueles que querem renovar a classe política. Isso significa que o melhor
modo de resolver tudo aquilo que tem contribuído para o clima negativo no
Lobito são as instituições democráticas. No entanto, assiste-se, de há um tempo
esta parte no Lobito, desde o tempo de Dumilde
Rangel (o criador de Amaro Segunda),
até Isaac dos Anjos, passando
pelo general Armando da Cruz Neto, uma
gritante falta de autoridade institucional, imposta pelo Administrador Municipal
com o beneplácito de membros do Poder Central. E como os interesses pessoais
suplantam as diferenças ideológicas, Amaro
Segunda vai continuar a desrespeitar as orientações dos seus superiores
imediatos.
Atitude
classificada de insubordinação qualificada com a chancela de supostos amigos de
peito, segundo Amaro Segunda, tais
como: José Eduardo dos Santos, Manuel Domingos Vicente, General Leopoldino Nascimento, Kupelipa,
Marta Santos, Filomeno dos Santos “Zeno”, Tchizé dos Santos e tantos mais.
Dumilde Rangel, traído também pelo próprio Segunda,
foi inesperadamente exonerado.
General
Armando da Cruz Neto, impotentemente atirou a toalha ao tapete. Desistiu.
Isaac dos
Anjos, actual governador da província de Benguela, já tem vindo a manifestar
cansaço, desgastado com os desacatos de Ricardo Segunda, supostamente protegido
pelos tubarões do Poder Central.
A suposta
tentativa de envenenamento de Isaac dos
Anjos pelo Ricardo Segunda constitui
uma manobra de diversão que visa fundamentalmente desviar as atenções das
sociedades das duas cidades, Benguela e Lobito, em relação ao cerne da questão,
ao problema de base que consiste na gestão danosa do município do Lobito por
Amaro Segunda. Adiar, mais uma vez, a resolução do problema em causa.
É dado
adquirido que Amaro Segunda é muito emocional, infantil, gabarolas, fala-barato
e tem estado a utilizar os contactos que tem com entidades do Poder Central
para intimidar e ganhar vantagens. Conversas mantidas em círculos de amigos.
No Lobito,
todos querem a saída de Amaro Segunda
da Administração. Alguns querem que ele saia com o processo a decorrer nas
instâncias judiciais do qual pesa sobre si a acusação de tentativa de
envenenamento à Isaac dos Anjos,
governador de Benguela; outros querem
que ele saia agora mesmo.
Muito se
especulou entre políticos, governantes, sociedade civil lobitanga e benguelense
sobre as motivações de Justo Mega ao
despoletar a informação de uma suposta tentativa de envenenamento a Isaac dos Anjos, governador de Benguela
pelo Amaro Segunda, Administrador do
município do Lobito.
A crise
deflagrada pelas revelações foi interpretada por uma parte da sociedade do
Lobito e de Benguela como uma tentativa de um sector social do Lobito de desestabilizar,
mais do que já está, o município do Lobito, liderado por Amaro Segunda. Outra parte da
sociedade dos dois municípios não põe a mão no fogo pelo Amaro Segunda, tendo em conta o seu carácter rural – pelo poder
tudo é possível. Reações desse teor são previsíveis nesses casos. Com certeza,
não inéditas, verdade ou mentira é um assunto muito sério. Mais inverdade do
que verdade.
Ainda mais
dramático, é admitir que toda esta bagunça apenas tem servido para mascarar a
crise existente entre Isaac dos Anjos e
Amaro Segunda.
“Há quem reaja com apreensão diante da ideia
de envenenamento. Imaginem, digamos, dezenas de Saddam Hussein marchando por
esta Angola fora, no mesmo passo. É de facto uma perspectiva aterrorizante, mas
calcada em ideias falsas. Há muita mistificação sobre esse caso”.
Contra factos
não há argumentos! E neste caso concreto, quanto se sabe, não existem factos
plausíveis e muito menos indícios. Por conseguinte, por menos que se goste de
alguém é muito grave fazer tais acusações. Amaro
Segunda administrador do município do Lobito, não pode, gratuitamente, ser
submetido a tais leviandades. Por sensatez e responsabilidade não se pode
corroborar com tais leviandades. Tem que haver - sim, responsabilização.
Compulsadas
todas as informações disponíveis é bem provável que no final do mês de Dezembro
se decida o desfecho do processo “tentativa
de envenenamento do governador Isaac dos Anjos pelo Amaro Segunda “Quiabo”
administrador do Município do Lobito”, que envolve Justo Mega, funcionário do governo de Benguela, na qualidade de Réu.
Está perto do fim o caso de tribunal, não obstante as duas entidades Isaac dos Anjos e Dino Matross arroladas
no processo através de um requerimento apresentado ao juiz pelo advogado do
Réu, não terem, mais uma vez, comparecido.
Caso seja considerado
culpado pelos crimes de difamação, injúria, Justo Mega incorre numa pena que pode ir até aos dois anos de
prisão com pena suspensa e uma multa. Processo adiado “sine die”.
Nota-se que,
enquanto se aperta o cerco ao Amaro Segunda, que será imputado no caso de
gestão danosa do município, este se remete ao silêncio. Porém, os funcionários e
munícipes continuam de facas afiadas contra ele.
Para entender
a situação do município do Lobito, é preciso recuperar o histórico da relação
entre Isaac dos Anjos e Amaro Ricardo, um casamento político
que, desde a primeira hora, nunca existiu.
Esta é uma relação
quente que se arrasta até aos dias de hoje, com muitas humilhações e insultos
pelo meio. Tarefa complicada que tem vindo a provocar desastres imperdoáveis
com prejuízos inaceitáveis para o município do Lobito.
Até à
exoneração de Amaro Segunda, Isaac dos Anjos seguirá repetindo o que
disse há três semanas: “Vou tirar. Não
tem condições para trabalhar comigo”. E todos seguiram sem acreditar. E agora é o próprio Isaac dos Anjos, que não tem condições psicológicas e políticas para tirar ninguém.
Porquê tanto
ódio e cinismo em relação aos ex-governadores de Benguela, Dumilde Rangel e general Armando
da Cruz Neto, e seus colaboradores directos. Onde fica a solidariedade
institucional?
Benguela dos
benguelenses quer compreender.
Os serviços públicos são geridos com equilíbrio, responsabilidade e
tranquilidade.
Estamos solidários com Isaac dos Anjos no que toca o Seminário Nacional
sobre a Problemática da Ocupação de Terrenos, decorrido em Luanda entre os dias
1 e 2 de Dezembro, promovido pela Casa Civil do Presidente e
ao diferendo com Amaro Segunda, administrador do município do Lobito.
Francisco Rasgado
Jornal ChelaPress
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