Como diz a história: Isaac vai acabar na Praia Morena
Isaac dos Anjos, foi nos primeiros tempos de governação um caso de sucesso na província de Benguela.
O padrinho foi José Eduardo dos Santos, presidente da República de Angola, por ocasião da sua visita a Benguela “Isaac dos Anjos a quem se reconhecessem as qualidades de liderança, de visão, de antecipação, de decisão, de conhecimento técnico e capacidade de gestão”.
Muito do que conseguiu foi por mérito próprio, mas muita da sua projecção resultou da simpatia activa da comunicação social. Isaac dos Anjos, governador de Benguela tinha novidades, é muito capaz do ponto de vista político radical, e parecia alterar as regras de um jogo demasiado rígido, logo sem novidade mediática. Algumas causas, também com simpatia activa nos média, como as chamadas “causas fracturantes” também ajudaram, mas com o tempo esgotaram-se no seu próprio sucesso.
Isaac dos Anjos conseguiu em pouco tempo crescer politicamente, implantar-se em Benguela, com uma organização que cobria praticamente a província. Existia, estava lá. Mas Isaac dos Anjos nunca conseguiu duas coisas: ter corpo doutrinário, sólido e “orgânico” e penetrar na urbanidade de Benguela.
Neste contexto, Isaac dos Anjos, impedido por um misto de ódio e amor pelos benguelenses, nunca compreendeu bem, a organização, por conseguinte não conseguiu atrair nem renovar, nem fileiras, nem créditos, fazendo constantemente recurso as gentes e empresas de outras latitudes.
Angola é de Cabinda ao Cunene. Mas, primeiro a prata da casa, sem desprimor para os demais. Benguela é indiscutivelmente um dos maiores viveiros de quadros de Angola. Foram avaliados? Foram consultados? Não!... Hoje, Benguela já não tem quadros nem empresas de qualidades. Será? Porquê esta sacanagem descarada?
Isaac dos Anjos, governador da província de Benguela já só se salva com a refundação do exercício de Benguela. Com este lema, os benguelenses sob a liderança da sociedade civil, vão tentar redefinir Benguela e os seus poderes. Tentarão, porque o consenso não se adivinha fácil e na constelação de actuais políticos há interesses muito divergentes. Uma coisa é certa: Isaac Maria dos Anjos deixou de fazer parte do futuro de Benguela e mesmo que permaneça a frente dos destinos de Benguela, será com uma posição decorativa e mesmo assim transitória, esperando pelas novas remodelações.
Isaac dos Anjos, já não tem condições psicológicas para permanecer a frente dos destinos da cidade mais urbana e segunda metrópole de Angola.
Caso inédito. Pela primeira vez na história de Angola, Angola independente, um político/governante é obrigado superiormente (e ainda por cima com toda a razão), a retratar-se publicamente (rádio e televisão), durante dias a fio. Só mesmo a demissão pode salvar Isaac dos Anjos de tanta humilhação.
Chico Babalada
Nenhum comentário:
Postar um comentário