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ABIAS O PRETO E BRANCO DE BENGUELA - Abias Ukuma está a compor-se para ser o maior pintor de jazz da urbe, mas também é amplamente aceite que ele é mesmo um dos grandes pintores da província de Benguela. Para empregar uma das suas expressões, a sua pintura já começou a ficar para além de “qualquer categorização”. Como quer que se defina o pintor, Abias Ukuma ultrapassa consideravelmente esta definição



ABIAS O PRETO E BRANCO DE BENGUELA 


Toda Benguela sabe que Abias Ukuma está a compor-se para ser o maior pintor de jazz da urbe, mas também é amplamente aceite que ele é mesmo um dos grandes pintores da província de Benguela. Para empregar uma das suas expressões, a sua pintura já começou a ficar para além de “qualquer categorização”. Como quer que se defina o pintor, Abias Ukuma ultrapassa consideravelmente esta definição. 

Na história da pintura, no jazz, Abias “Little painter” Ukuma faz a ligação entre Picasso e Salvador DalíLouis Armstrong e Dizzy Gillespie 

Abias Ukuma, natural do Bailundo, de 46 anos, adoptou desde tenra idade a cidade das Acácias Rubras de Benguela como sua cidade de eleição. É um homem muito activo, de coração grande, cheio de energia e personalidade, e o seu modo de pintar reflete na perfeição esse carácter

Não surpreende saber que os primeiros pintores admirados por Abias Ukuma incluíam vários impressionistas, tais como Édouard Manet, porque pintavam com muito mais cores que os surrealistas da época. Pintar o máximo possível cobrindo uma gama tão vasta quanto possível, esta era a ambição de Abias 

Nos últimos tempos, nos finais dos anos 2010 e princípios de 2014, Abias é pintor de Benguela com traços próprios que mais se aproxima da pintura do jazz surrealista ou estilizado

Será no Rasgado’s Jazz Club, na Baía Azul, em Benguela, entre 29 de Maio a 02 de Junho que o melhor do  trabalho mais maduro de Abias Ukuma vai ser registado, em particular na exposição Jazz Preto e Branco. Nessa exposição, os seus quadros, as suas pinturas vão reflectir de forma fogosa e inflamada o mundo do jazz. 

Abias Ukuma no auge da sua carreira. Dotado de um carácter exuberante dá vida aos instrumentos utilizados por uma grande plêiade de músicos de jazz. Conta-se que, em várias ocasiões, com outros artistasAbias ficava tão empenhado em contar piadas e histórias dos seus próprios quadros que se esquecia da sua vez de pintar. 




Francisco Rasgado  
Jornal ChelaPress 

UM OLHAR NO TEMPO - Está aí o ABIAS UKUMA, que na tradição Benguelense é Benguelense porque fez de Benguela sua naturalidade, como o GÓIA, o RUI ARAÚJO e o AREIAS...! Quem nega esse direito outorgado e assumido nos actos e nos seus feitos mais visíveis e mais atrevidos. Que através dele e sua pintura combata como o primo DÉLIO: pacífico mas não resignado. Neste 398º aniversário da cidade de Benguela, mãe das cidades: Bem hajam todos os Benguelenses inconformados: Paz e solidariedade!








UM OLHAR NO TEMPO 



Se Manuel Cerveira Pereira acordasse da morte repentinamente, talvez mudasse o nome da cidade que fundou a 17 de Maio de 1617, talvez se surpreendesse com a passividade dos Benguelenses, talvez se lembrasse de Lisboa e dos fados e não quisesse mais voltar, talvez reparasse que estava inutilmente armado e provavelmente talvez preferisse... continuar morto! 

Desde há 398 anos que a cidade de S.Filipe existe e certamente  nunca foi mais oportuno e necessário falar do seu percurso histórico como incentivo para se assumir a imagem dos seus ancestrais e das suas tradições mais remotas. 

Benguela conquistou um ranking social no contexto nacional que assustou quem sempre pensou que Angola era Luanda e Mutamba a capital... Bem se enganarae se enganam mesmo que subsconscientemente funcionem ousadamente como se Benguela fosse mato.  

O Futebol pelo Portugal de Benguela do Miau, Pilas e Jonas, "o velho almirante" e pelo Basquetebol do Sporting de Benguela, campeão da África austral com o COCO "Fançony" ainda aí a resisitir, no tempo dos equívocos raciais, reivindicaram sua indomável personalidade e AUTENTICIDADE quando mesmo os pós-heróis nem tentavam qualquer revolta. 

Jogadores desde Águas, Santana, Miguel Arcanjo, Bira, Malagueta, Rui Jordão e Yaúca divulgaram a cidade e espalharam na então Metrópole o orgulho humilde e popular que representavam. 

Hoje nas famílias remanescentes, mas representativas que os "herdeiros de heranças" insistem em vão abafar seu percurso, desde o Domingos Rasgado, "o jornalista subversivo" que desafiou o ditador sem medo e acabou por morrer em consequência dos maus tratos da PIDE, o Manuel Jordão que com a habilidade na escrita defendia os negros que não sabiam ler nem escrever, o Domingos Fastudo, o Luís Cunha, os Limas, os Assis e outras ínclitas famílias que constituiram um alicerce nuclear da cidade que neste espaço não caberiam, mas que estão aí nos seus descendentes aguardando "a corneta" para reclamarem sua parte mais legítima do que esses que desfilam riqueza sem vergonha perante tanta passividade dos mais legítimos, quase esquecidos no quinhão que merecem. 

E os BONGOS.... dos "TRINDADES": Quinito, do Marques e do BOTO que ainda fazem a malta chinguilar se tocados na saudade dos que os aplaudiram e aplaudem ainda. 

Está aí o ABIAS UKUMA, que na tradição Benguelense é Benguelense porque fez de Benguela sua naturalidade, como o GÓIA, o RUI ARAÚJO e o AREIAS...! Quem nega esse direito outorgado e assumido nos actos e nos seus feitos mais visíveis e mais atrevidos. 

Que através dele e sua pintura combata como o primo DÉLIO: pacífico mas não resignado. 

Neste 398º aniversário da cidade de Benguela, mãe das cidades: 
Bem hajam todos os Benguelenses inconformados: Paz e solidariedade! 




por Nando Jordão