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Carta Aberta: Qualificador Fantasma na TPA

SUA EXCELÊNCIA, ENGº JOSÉ EDUARDO DOS SANTOS
PRESIDENTE DA REPÚBLICA
 LUANDA

 C/C:
 Secretário-Geral do MPLA
 Ministro da Comunicação Social
 Ministro da Economia
 Ministro das Finanças
 Partidos Políticos na Oposição

Assunto: Qualificador Fantasma na TPA

 Excelência,

 Na perspectiva de se melhorar o salário dos trabalhadores, foi criado por despacho presidencial um documento que outorga as empresas públicas de elaborarem um qualificador com base num padrão pré-estabelecido com os seguintes itens: habilitações literárias, tempo de serviço, qualificação profissional, cursos e outros.

O qualificador, tem por objectivo, restaurar a remuneração dos funcionários, constantes das empresas públicas em regime especial e que não beneficiem do incremento ou seja do reajustamento que regularmente vem se operando na função pública, por estas não estarem abrangidas por lei, como é o caso da TPA.

À semelhança de outras empresas, a TPA, também foi solicitada a proceder a entrega de um qualificador, projecto começado na era do então Sr. PCA António Henriques, no ano de 2012. Sabe-se, que antes da sua retirada, já o projecto se encontrava na sua fase terminal. Com a sua exoneração tudo voltou a estaca zero.

A actual administração, notando que tal qualificador retiraria os trabalhadores da sua condição de mendigo, atendo a forma honesta como tinha sido elaborado, reformulou tudo e forjou um qualificador atípico em 4 modelos, de modos a ludibriar os trabalhadpores, as entidades fiscalizadoras e competentes para a sua implementação.

A título exemplificativo, a administração da TPA, fez chegar recentemente ao MAPESS, um modelo de qualificador e foi prontamente rejeitado por se apresentar em desconformidade com a lei. A administração não se conformou com a situação e criou lobbis para influenciar a aceitação do modelo à todo custo.

Excelência, estamos perante um caso de oportunismo e sabotagem, visto haver aqui uma clara intenção de enriquecimento ilícito.

Devido aos maus salários que os trabalhadores auferem, a TPA, é hoje assolado pelo vírus da promiscuidade, nepotismo, absentismo, exclusão. Etc., etc., etc.

Os trabalhadores vêem-se obrigados a subornarem ou criarem corredores para atingirem a cargos de chefia, porque é a única forma de se ganhar bem e de se ter benesses.

Assim, na TPA, sobretudo na área de informação dificilmente encontramos trabalhadores de base. As nomeações são sucessivas, ainda que não se exerça a função o essencial é subir o salário, ja que o mesmo se torna irredutível após exoneração.

É de salientar que o Sr. Gonçlves Nhangica é tido como um deus na TPA face o peso que tem. É um homem que consegue nomear e subir o salário dos seus, de forma unilateral. Confunde-se a sua figura com do PCA, dada as suas competências ilimitadas. Todo mundo procura prostrar-se diante do mesmo para ser nomeado ou subir o salário.

Há trabalhadores com mais de 20 anos de casa, não conhecem o actual PCA, porque é um homem que foge o contacto com os trabalhadores. Só para exemplificar, desde que assumiu o cargo, até aqui, só se reuniu com os motoristas, por estes ameaçarem uma greve, tendo mesmo dito que não lhe interessava a reclamação do pessoal mas somente as orientações baixadas pelo Partido. Hoje, o pessoal questiona-se “será que todas as incompatibilidades por que passa são mesmo orientações superiores?”

Excelência, velem pela situação da TPA, ainda vai à tempo de se dar dignidade aos trabalhadores e mudar o rumo dos acontecimentos, antes que tal qualificador seja implementado em desfavor dos trabalhadores.

Por outro, no acto da elaboração do mesmo qualificador, pessoas há que fizeram esquemas para ascenderem em escalões privilegiados.

Recorda-se, que o Sr. PCA é o responsável pela área dos Recursos Humanos. Diga-se mesmo que ele perdeu o controlo da empresa, porque os piratas (peritos em informática) entraram no sistema informático dos Recursos Humanos e alteram às suas tabelas salarias e dos seus próximos a troco de alguma recompensa. É o negócio que opera na TPA.

É comum encontrarmos na TPA pessoas com as mesmas categorias, mesmo tempo de serviço com salários ostensivamente desiguais.

 Excelência, engana-se quem pensa que frustrados sejam somente os jovens que não tiveram sucesso acadêmico ou que não trabalhem. Também descontentes e frustrados estão os profissionais da TPA, sacrificados dia e noite, andando à pé com todos os riscos da cidade de Luanda.

Muitos para sobreviverem, têm de recorrer mensalmente às Kinguilas. Estas, até já se tornaram colegas dos funcionários da TPA, porque têm acesso livre às instalações da empresa para efectuarem cobranças.

A TPA, está desprovida de condições de trabalho. Carece de viaturas e de meios técnicos. Mas quem passa defronte à empresa vê o parque de estacionamento abarrotado de carros. A empresa compra sempre carro menos para trabalho. O então Sr. PCA António Henriques, deixou muitas viaturas para trabalho mas a actual administração deu um destino adverso as mesmas. Os profissionais apenas vivem de aparência.

Excelência, a actual administração perdeu toda a legitimidade de continuar a dirigir a TPA. A TPA é uma empresa de grande dimensão e está mergulhada numa gestão ruim. Precisa de um homem com idoneidade moral e profissional.


Luanda, 12 de Agosto de 2014.

Os Trabalhadores da TPA


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