A CRÓNICA DE UMA INVASÃO ANUNCIADA!
“É preciso parar de construir
casebres, casotas e casas de chapa em áreas, consideradas nobres, como as do
Bairro Califórnia – zona das salinas, na estrada Benguela à Baía-Farta”.
Após a independência de Angola em 11 de Novembro de 1975, goste-se ou
não, Angola do MPLA, nunca teve um
projecto Nacional; político, económico e social. Por esta razão, é sabido e
notório, à existência de uma gritante desigualdade social a assolar o País.
Quem não tem onde morar, ocupa os espaços (independentemente de serem Reserva Fundiária
do Estado e de particulares), aparentemente abandonados, sobretudo em épocas de crise.
Angola está à viver, com realce, para os anos após o 27 de Maio de 1977,
um processo de imoralidade, sem direito a intervalos. No entanto, há quem olhe
para o passado, à procura de uma luz, de um conselho e de uma orientação. António Arsénio da Silva, reformado, lembrou-se daquele, precisamente daquele dia…
“Os casos de invasões consentidas, vão
triplicar no final de 2019 e todo o ano de 2020”.
O número de invasões vai disparar com a aproximação das eleições
autárquicas, previstas para o ano de 2020 e eleições gerais de 2022. Porém, tem
sido uma prática consentida pelo MPLA,
para ganhar votos da população desavisada. Contudo, o MPLA, nessas alturas, tem concertado, com as instituições do Estado,
para fazerem olho grosso de modo a ilegalidade promovida pelos vândalos,
sobejamente identificados, sejam
validadas, sem que tenham que provar rigorosamente nada. E, ainda mais,
em muitos casos, com a anuência de alguns elementos ligados as administrações
municipais, órgãos de justiça e segurança pública.
O poder judicial angolano (Juízes e Procuradores), não é só uma caixa
negra. É também uma caixa obsoleta, a precisar de reforma urgente, quer na sua
estrutura quer na sua composição. Os seus componentes na maioria, estão
formatados na corrupção, que marcou negativamente a governação de José Eduardo dos Santos, precisam de ser
afastados ou reeducados, para cumprirem com os propósitos do combate contra a
corrupção, a grande bandeira de João
Lourenço, actual presidente da República de Angola.
O poder judicial, lento, desestruturado e sem recursos humanos, continua absolutamente cego (quando lhe
convém), às mudanças que a sociedade está a viver; ignorante diante da
história. Não há outra forma de concebê-lo, quando se decide apoiar, dar
subsídios aos invasores de terrenos alheios e outros animadores, que, sabendo
do crime que cometeram, ainda ficam impunes e protegidos, por membros das
administrações, municipais e comunais e pelo poder judicial. Todavia, está em
curso um plano (segundo as redes sociais. A ser verdade, é um grande e grave
crime de polícia de segurança pública e do poder judicial), de assalto
(invasões) a zona B (UCHE), mais propriamente dita, ao bairro António Agostinho Neto, onde está
localizado o espaço da SST –
Agro-pecuária, Pescas, Prestação de Serviço Lda., uma empresa cujo processo
judicial, já foi transitado em julgado. Segundo (mais uma vez, as redes sociais),
Luis Carmelino é apontado como
invasor mor, que conta com o suporte dos procuradores Daniel Joaquim Lumango (subprocurador da República junto dos
Serviços de Investigação Criminal – Benguela) e Rui João da Luz (subprocurador
da República, colocado na PGR junto do Tribunal de Comarca de Benguela, na Sala
de Competência Genérica do Cubal). Muito
grave!
O Jornal Chelapress, particularmente, não acredita (e considera esta suposta
acusação), um acto de desinformação, calúnia, tentativa de denegrir e manchar o
bom nome dos aludidos procuradores.
Aos angolanos, que sonham com o fim da impunidade bem como um poder
judicial imparcial, pois, só lhes resta lamentar contra estas práticas. “acredite se quiser”.
O poder judicial em Benguela, pouco
aprendeu, com a passagem de Cristino Molares de Abril e Silva, actual Juiz
Conselheiro do Tribunal Supremo.
Francisco Rasgado / Chico Babalada
Jornal ChelaPress
Nenhum comentário:
Postar um comentário