A “PORNOGRAFIA” DE ANGOLA
O IVA E AS PRIVATIZAÇÕES DO PAÍS
O caso Rui Falcão – Benguela é um abcesso, na caminhada de Angola de
João Lourenço, rumo à credibilidade e crescimento. É preciso tirar Rui Falcão dos
holofotes. É ou não é “pornográfico”? É!
Rui Falcão, governador da província de Benguela, em crise e
completamente em queda-livre, está a fazer tudo. E tudo está a fazer, para
destruir a província e em última estância, se não mesmo, o País… É inaceitável!
Neste
momento, o ambiente que reina no MPLA
e no governo, particularmente, em Benguela é assustador “é uma espécie de “Tea Party” angolano bronco”.
Este ponto
parece essencial. Nenhum bom pai de família acha que a situação de Rui Falcão – Benguela, sociedade civil, se resolve, sem uma
forma qualquer de intervenção pública. Mas, antes de falarmos nela, convém
voltar à memória.
JÁ DELAPIDARAM O PAÍS E AGORA QUEREM, MAIS AINDA, SACRIFICAR O POVO
ANGOLANO. O POVO NÃO DEVE PAGAR, PELOS ROUBOS DOS GOVERNANTES!
João Lourenço ascendeu ao lugar maior do MPLA e do Estado (se ainda se lembram),
numa situação de colapso financeiro nacional, criada pelo seu antecessor - José Eduardo dos Santos. Mas, subiu ao
Governo, com um programa dito de “liberalização”,
como se a solução da maioria dos problemas se resolvesse, simplesmente, com a
passagem do público para o privado.
No entanto,
há quem pergunte, onde estão, neste momento de angústia, os muitos que, na
política, para já não falar no partido que governa Angola há 44 anos, lucraram
com a CAP – Caixa Agro-Pecuária, o BESA – Banco Espírito Santo Angola, ou
foram ajudados pelo, BPC – Banco de
Poupança e Crédito, BDA – Banco de Desenvolvimento
de Angola, BCI – Banco de Comércio e Indústria? Por conseguinte, uma grande
maioria, entende que o Estado, não pode desertar de responsabilidades em tudo
isto.
Posso estar a
caricaturar. A ignorar algo mais profundo, tal convicção privatizadora, desta
feita, incipiente, começou com o Governo de José Eduardo dos Santos, que tratou a iniciativa não pública e,
sobretudo a banca, com larga benevolência e carinho.
Conhecemos a
história. O Estado arredou-se de muitas iniciativas, por achar que não sabia,
podia ou queria fazer, mais e melhor. Quando abriu esse universo alegadamente
impróprio ou deficitário aos privados, encontrou quantidades e qualidades diferentes.
Histórias de sucesso sustentado, ética empresarial, razoabilidade e racionalidade,
mas também muitas (maioria) ruinosas e sustentadas, por entidades sem perfis,
idoneidade, cultura empresarial e empresário de “ordem de saque” ou do MPLA, para alimentação dos pleitos
eleitorais.
Neste regime
de marchas forçadas, João Lourenço, não
deve negar o apoio de ninguém, desprezar a concertação de todos os órgãos de
soberania, da sociedade civil, nem aceitar a distorção da realidade, por
algumas mídias lunáticas, afectos a governação, que pode apenas agravar o que
já é demasiado sério.
Precisa-se
nisto de unidade nacional. Mas, não imposta por algo, que não seja, a verdade
total dos factos.
O IVA – Imposto sobre o Valor Acrescentado
é um mal necessário, com vantagens a médio e longo prazo, existente em vários países,
mas, não na medida de Angola – 14%. Noutras latitudes (Europa), anda a volta
dos 2%, 5% a 6%, com economias mais ou menos estáveis e menos corruptas.
Em África,
nomeadamente na Região da SADC, os
governos e políticos, de uma maneira geral, são corruptos. Razão pela qual, o IVA adoptado anda a volta dos 12% aos
20%, uma média de 15,5%. Têm sempre os seus povos a pagarem os seus roubos. Todavia,
começa aí a grande mentira.
O IVA, tal como está ser apresentado
publicamente, é um autêntico logro (mais postos de trabalho vão fechar, o
desemprego vai aumentar substancialmente e igualmente, a fome e a miséria).
O programa de
privatizações, que envolvem mais de 195 empresas públicas e activos,
constituirá um embuste, duas em uma: a compra da empresa em si (falida), e da
dívida (salários atrasados dos trabalhadores, matérias primas adquiridas e não
liquidadas, facturas de água e luz e diversos impostos, cada vez, mais altos).
O programa
foi gizado pelos “experts”,
de forma a que não haja uma solução a vista, previsível, garantida e lucrativa.
Não se teve em conta, o estado das empresas em causa, o momento de crise, a
incapacidade nacional e a desconfiança total, da comunidade de investidores internacional.
São apenas falácias. Não há dinheiro no País. “O estrangeiro, só dá um chouriço, para receber em troca um porco”.
O tempo, de
ponto de vista de mercado, não é o melhor, dado a crise brava (galopante), que
assola o País e a promiscuidade reinante, nas instituições do Estado.
Outrossim, são muitas as empresas a serem vendidas num curto espaço de tempo.
Mesmo assim, toda a gente está de acordo (isto quer dizer tudo e não quer dizer
nada)!
Será que o destino das poucas receitas das privatizações, serão apenas
utilizadas para o fomento do desenvolvimento econômico ou também, para a redução
da divida pública?
Francisco
Rasgado / Chico Babalada
Jornal
ChelaPress
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