Cipriana Furtado Calengue - principal rosto da iniciativa mulher mais mulher. |
MULHER: AGORA É DIFERENTE
Mulher
é disponível por natureza, é assim que se autodefine a principal cara da
iniciativa mulher mais mulher. Cipriana
Furtado Calengue já se escondeu atrás da paróquia de são José da Damba Maria, enfrentou os
microfones da rádio e ousou enfrentar o público ao pisar os palcos da política
domestica e do lazer.
Agora,
aos 48 anos, a docente licenciada em psico-pedagogia orgulha-se de estar
perante o projecto mais útil da sua vida, em que defende o mundo mulher
diariamente. E isto, porque Angola ainda está aquém no que respeita a tratar
homens e mulheres da mesma forma.
Erika Cardoso Ferreira Pereira |
Todos lutam para romper a solidão, capacitarem-se mais, equilibrar os seus lares, fazer férias em casa com os respectivos maridos e filhos, educar melhor os filhos e resgatar os valores que facilitam a convivência, igualdade e respeito entre as mulheres e os homens e, achar o caminho da redenção, tendo como pano de fundo a província de Benguela. Mas há uma lacuna bem grande, que são os temas e conflitos urbanos, que mostra bem, como andam as relações e como elas estão ligadas em dois pilares: solidariedade e solidão. E que é possível reescrever o destino das mulheres com a solidariedade. No mundo somos todos da mesma forma e queremos o mesmo: os nossos filhos salvos das armadilhas da sociedade doente, felizes e, as nossas casas seguras.
Benguela
tem universalidade.
Francisco
Rasgado
Jornal
ChelaPress
Não te vou esquecer, Angola negra das minhas carícias e do meu amor que
dói.
A tua chuva madura de cheiros e sabores lava todas as minhas mágoas, Angola
cor de ginguba, do meu gindungo madurinho, e do meu céu a amanhecer.
És bendita, curas-te a minha agonia, deste-me carinho minha querida… Os teu
narizinhos esborrachados, lábios grossos a gritar, olhos ternos para amar.
Quais, quais são os mais bonitos?
Todos, minha gente! Todos são bonitos para amar.
Como te Amo Angola das essências. As tuas cores garridas, nos teus panos de
palancas, nos laços que não combinam, como te ficam bem!
Levas os pés descalços, e choras e cantas e ris, e és sangue do meu sangue
e és alma gémea a rodopiar em mim. Canta minha querida, canta… Pudera eu e
curava-te minha gente…, Tu sabes que te quero tanto, minha terra, minha agonia
de sorrisos, meus olhos doces de esperança.
As tuas mamãs, todas as tuas mamãs, são a força maior. São a força da
Natureza! As tuas mamãs, nunca, nunca desistem, e vendem e mendigam e riem e
cantam e dançam e botam à cabeça o peso dos corações.
Sabes sofrer e não gritas, minha terra. Foste esventrada e resistes. És
heroína, bendita força!
Estás sempre a mexer minha Angola, não paras quando danças, não paras
quando tocas, não paras quando dormes, não paras quando buscas a verdade e a
liberdade, minha querida Angola que nunca, nunca te cansas…
Amo-te terra querida dos mamoeiros e dos ananases, do loengo, da múcua e
também do lombi. Amo a tua fruta pinha e o sap sap, e também amo o que nunca
conheci, pois a ti, só te posso amar.
E quando na tua lama me defronto para passar, continuas a ser rainha e
mereces-me REVERÊNCIA!
Tivera eu safiras, esmeraldas, diamantes, ouro petróleo e café, e eu te
curaria minha gente e te mandaria esculpir uma estátua cravadinha de amor e
igualdade…
Não te quero deixar terra amiga dos meus amores. Como posso, se os teus
filhos são tantos que nos unimos num abraço e damos as mãos, num tufinho de
algodão: branco, negro, castanho, escarlate e és arco-íris.
Óh, minha terra de água que estás sempre a bombar…
Bombas nos risos, na dor, no semba e também bombas nos filhos e nos amantes
e nas prostituas, bombas nos carros de luxo, e és rainha, e a mais coroada de
todas.
És magia, és sedutora e sexy, és abusada, mas és sublime. És vulcão em erupção
e és um orgasmo perfeito.
Meu amor maior, glória de quem te ama! - Chora por mim, que choro por ti,
mas para ti voltarei por me cuiares tanto!
By: Maria Silva