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BALANÇO DE MAIS UM ANO

Opinião

BALANÇO DE MAIS UM ANO

BENGUELA JÁ FOI BENGUELA COM O COLONIALISMO, COM O MPLA E AGORA COM ISAAC DOS ANJOS.



Normalmente, os benguelenses têm três preocupações: explicar que não são conformistas, esclarecer por que razão o seu espaço geográfico é chamado de República Democrática de Benguela (lembrando o grande filho de Benguela Paulo Teixeira Jorge) e contar algum episódio obscuro da elevação de Benguela à cidade, construção e democratização da mesma: Benguela e o benguelense é assim mesmo.

Estar aberto as novidades e as opiniões dos outros é estar vivo. Fechar-se a elas e não admitir presença dos outros é morrer estando vivo. Um certo equilíbrio entre as duas atitudes ajuda a não ser liberal demais, nem ultrapassado evitando assim o perigo de confusões ou de cair no ridículo.

As mudanças fascinam - às vezes avanços, às vezes retorno à caverna. Hoje em Benguela andam incrivelmente rápidas, atingindo usos e costumes, avanços e progressos, com reflexos nas mais sofisticadas e nas menores coisas com que se lida. A visão de Benguela transforma-se, mas não no mesmo ritmo. Então de vez em quando surpreendemo-nos dizendo, como os governantes anteriores: Paulo Teixeira Jorge, Dumilde Rangel, Armando da Cruz Neto muito recentemente afirmaram: Nossa! Como tudo está a mudar!
Quando se ocupa uma nova função herda-se o activo e o passivo e os assuntos mal resolvidos ou esclarecidos devem ser analisados em foro próprio, tendo sempre em conta a solidariedade institucional.
Nos usos e costumes, a coisa é séria e afecta toda a sociedade benguelense do litoral ao interior. Na educação, fala-se constante e diariamente. Cada dia uma surpresa nova, não se reprova mais ninguém antes de tal série. Os alunos entram para a universidade sem saber ler nem escrever, coordenar ideias, sem nenhum sentido crítico digno de um estudante do ensino superior. Lamentavelmente poucas são as excepções.
Na saúde, a cultura da morte apodera-se dos profissionais de saúde. Morre mais gente de cura, do que de paludismo e de acidente de viação.
É impossível viver sem sonhos, porém “sobreviver” é somente um direito de quem tem dinheiro. Um direito para ricos.
Neste conto de fadas em que vivemos de tantas incertezas e mentiras não existem vitórias para comemorar, e muito menos conquistas para registar. Logo, temos hora marcada para morrer, e enfrentar mais barreiras que dificultam continuamente o direito de estar vivo. A medicina em Benguela não é só uma “caixa preta” como também é uma caixa enferrujada, ultrapassada com todos: médicos das mais diversas áreas, técnicos médios, enfermeiros e  auxiliares a fazerem abusivamente e descaradamente os mais diversos exercícios de fome.
Se o poder político ou governamental quisesse ajudar as populações mais desfavorecidas e poupar milhares de vidas que se esfumam todos os dias nos hospitais da província, com certeza teria que responsabilizar mais os responsáveis, directores dos hospitais e unidades, penalizar muitos deles e pôr outros em casa a catar piolhos. Não existe cultura de vida. Existe sim, cultura de morte, a mais fácil e mais rentável.
Um número brutal de profissionais de saúde está nesta, transformados em animadores da morte. Mortes sem justificação aparente.
Considero preocupante o cenário político, socioeconômico e cultural de Benguela de modo particular e do país em geral, pois devemos encarar a incompetência, a arrogância, a presunção como prejuízo tanto para os benguelenses, quanto para o país no seu todo. Na verdade, todos nós falhamos – a família, a escola, os amigos e a sociedade, e mais, podemos agora acrescentar, o partido político do qual muitos fazem parte. Portanto, ainda é possível diminuir a incompetência e a falta de criatividade e imaginação, e melhorar a qualidade progressiva simultaneamente. É preciso decisão política e competência técnica.



 Benguelenses, juntemos as mãos para agradecer e formar um cordão a volta do jornal ChelaPress independente e o único fora da cidade capital, Luanda, que insiste de forma corajosa e com ética demonstradas, em fiscalizar de maneira imparcial os movimentos do governo, saudando as medidas racionais e democráticas e expondo críticas e algemas impostas a Benguela em nome da felicidade geral de Angola.
O ChelaPress como auxiliar dos poderes  públicos, tem vindo a transmitir a angústia experimentada pela governação assim como os avanços do mesmo com responsabilidade e técnica jornalística. O jornal ChelaPress tem pretendido somente mostrar as consequências subjectivas dos bens e males da actual governação com tanta realidade e tão viva esperança. Isso tem possibilitado não apenas a sensibilização em relação  ao drama, a partir das vivências relatadas, sermos cidadãos melhores, solidários nos momentos mais críticos, mas coerentes no exercício da cidadania e do poder político.

Francisco Rasgado

Jornal ChelaPress

EM MENOS DE UM ANO EXONERADO DUAS VEZES

EM MENOS DE UM ANO EXONERADO DUAS VEZES




Há dez anos que Augusto Vieira era o rosto diabólico e insuportável da Administração Municipal de Benguela.

Augusto Vieira foi super chefe da Repartição Técnica “acima do administrador” da cidade de Benguela.

A exoneração irrevogável de Augusto Vieira como um trabalhador comum, no dia 06 de Janeiro, é um bom sinal dos tempos.

Suspeito de ter usado o cargo de chefe da Repartição Técnica do Município de Benguela em proveito próprio, de abuso de poder, de insubordinação e desrespeito geral, Augusto Vieira recebeu um golpe profundo na sua credibilidade, justamente quando se preparava para tomar de assalto a coordenação do projecto 1000 m2 para cada cidadão, de Isaac dos Anjos.

É um sinal e um aviso de que a impunidade pode não ser eterno refúgio de servidores públicos com contas mal resolvidas com os mecanismos básicos da convivência e democracia, como a vontade geral que o afastou.

 

JORNAL CHELA PRESS

FRANCISCO RASGADO

BENGUELA EM CRISE TOTAL, MAS PERTO DO CÉU

BENGUELA EM CRISE TOTAL, MAS PERTO DO CÉU
 NA QUADRA NATALÍCIA
                                                                                    Foto: Pedro Chitunguila
A tradição cumpriu-se em Benguela, com concerto de magia, de luzes e ledes distribuídos inteligentemente pela sede da Administração Municipal de Benguela e por todos os espaços do carismático Jardim ex-Américo Tomás – a frente da Administração Municipal.
A presença exuberante do presépio, ladeado de vários pais Natal vestidos de músicos de jazz animados.
Várias entidades da sociedade de Benguela marcaram presença na cidade das artes, Benguela, para cantarem em uníssono com o administrador, o natal.
É sabido e notório que existe uma gritante e prevista recessão financeira assolando o país e em particular a província de Benguela e sem horizonte a vista. Face o ambiente tétrico o que se abate sobre Benguela, o que Benguela precisa, enfim, é compreender e dar valor às pessoas com o seu potencial humano e não às suas aparências, sugerindo ser aquilo que, de facto, não são. O critério supremo da verdade é a prática.
O que precisamos fazer, definitivamente, é conjugar o verbo “ser” e o verbo “ajudar”, cada vez mais. Aí, sim, estaremos todos a caminho da harmonia e do equilíbrio.
Ainda assim, a preferência recai sobre Benguela, pois quando não se gosta de um político ou governante, simplesmente é demitido, nem que seja, somente no subconsciente da sociedade, dos habitantes. Afinal, como povo civilizado, prefere sempre métodos mais civilizados e avisados.
Muito importante a opinião do grande fotógrafo, sirigrafista e actor de cinema de longa metragem Aladino Palege Jasse, carinhosamente conhecido por Denzel Washington. “Se as pessoas quisessem realmente ajudar e não aparecer, com certeza teríamos uma Benguela melhor”. O que Leopoldo Muhongo “armou” para Benguela em seu nome pessoal e em nome da Administração Municipal de Benguela é um feito pontual, um acto de cidadania “Urbanidade” (porque envolveu dinheiros públicos e também pessoal resultante de alguma acumulação primitiva de capital, usual em Angola), e de respeito pelos cidadãos.
Não precisou mobilizar a imprensa para transformar a cidade num verdadeiro dia de família, de natal com muitas luzes e presentes. Tomou como exemplo centenas de anónimos que contribuem diariamente com pouco, mas de coração aberto.
Está de parabéns o Leopoldo Muhongo, administrador municipal de Benguela por este pequeno trabalho, mas tão importante directamente para a sociedade de Benguela e indirectamente para todos os moradores de Benguela, “Perto do céu”.
O jornal Chela Press, imprensa regional, na qualidade de auxiliar dos poderes públicos, deseja a todos os seus leitores, amigos e população de Cabinda ao Cunene, um Ano Novo muito cheio de luta, de luta pelos seus interesses e contra a grande e descarada corrupção reinante no País.
2015, um ano de fome e miséria, de “cada um por si e Deus por todos”. 
Jornal ChelaPress
Francisco Rasgado