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NÃO ADIANTA TAPAR O SOL COM A PENEIRA ANGOLA PRECISA DE MUDAR


NÃO ADIANTA TAPAR O SOL COM A PENEIRA


ANGOLA PRECISA DE MUDAR


Contra milhões ninguém combate – são palavras vazias ou têm mesmo conteúdo?

O Presidente da República de Angola, está a encurralar-se e, muito dificilmente, conseguirá libertar-se. Só mesmo com a ajuda de todos. Está com aproximadamente, dois anos de governação, do ponto de vista teórico, bastante atabalhoado (aumento da estrutura governamental, nomeações, acomodações, dança das cadeiras, reconduções desastrosas e ausência gritante de auscultações), com muitas implicações negativas no rumo do País. Está a faltar diálogo, muita conversa com a Nação e particularmente, com todos os intervenientes ou integrantes, sem excepções, do regime dominante, do qual ele herdou e fez/faz parte. É o problema e a solução.

Falando muito claramente, o MPLA, partido no poder há mais de 40 anos, destruiu completamente o País. O sistema com todas as suas nuances faliu. É urgente (e ainda vai a tempo), de fazer uma declaração, em jeito de autocrítica à Nação, com todos os seus erros. E, então criar um novo governo, sem fugas para frente e muito menos para trás. Por esta razão, João Lourenço, Presidente da República de Angola, está com sérios problemas em fazer implementar a sua agenda (própria), que compreende um cenário diferente do seu antecessor, José Eduardo dos Santos. Na mesa do MPLA, estão muitas resistências e muitas incompatibilidades, mas com muita paciência serão ultrapassadas.

Os problemas são profundos. As farsas multiplicam-se a cada dia. Esperar mudanças rápidas é irreal, é admitir que o jacaré pode algum dia voar. Esse horizonte, está completamente fora de questão. Mas, o razoável, numa Angola em construção, com novos instrumentos, orientados a facilitar o investimento e crescimento económico, se aprimorarem objectivos claros do que se pretende. Os argumentos técnicos, apresentados, no intuito de ocultar a promiscuidade, para mascarar os buracos e planos de ineficiência é como insistir nos erros do passado. Não adianta branquear o que se está a fazer mal, maquiar a aparência. É sempre necessário e urgente conhecer o passado e discuti-lo, caso contrário, favorece e prolonga o caminho para o não desenvolvimento.

Qual será o limite da nossa capacidade, como sociedade que quer ser respeitada, de absorver o desrespeito, a hipocrisia, o escárnio, ou o termo que preferirem, vindos de quem ela própria insiste em eleger para governá-la? Fico deveras abismado, quando denoto políticos a tentarem pôr alguma lógica, na bagunça institucional em que se meteram, por uma espécie de condescendência moral (meio) patológica. Pois, começo a convencer-me (sem algum constrangimento), de que, essa nova classe de políticos, mal amanhados em ascensão (Comité Central e Bureau do MPLA), aparece apenas, para fazer a maioria, no combate a ala Eduardista e consolidar o seu poder.

No próximo congresso ordinário, onde ficará o MPLA que vai sair de cena?

O Estado de Direito e Democrático está ser posto em causa. A ditadura está de volta. Não há como evitá-la.

Muito preocupante e alarmante, foi a recomendação feita pelo Presidente da República, por ocasião do congresso do MPLA, a volta da opinião idónea, emitida pela cidadã, Filomena Oliveira, “Diva do I.V.A” sobre matérias fiscais. Colocou o país dos angolanos no impasse quanto ao Estado do Direito e Democrático. Como estaremos amanhã? O Governo deve saber conviver com as críticas dos seus cidadãos, para ter um compromisso real, com a democracia. A democracia exige esse contraditório.

Tudo ficou bem claro, no dia 16 de Junho de 2019, com o 6º congresso extraordinário do MPLA, pois, foi um autêntico banho de água fria.

 Choque, revolta, impotência… João Lourenço fez a festa, bateu palmas, divertiu-se e recolheu as cenas de fogo artificial. João Lourenço, presidente da República da Angola, para descomprimir o ambiente de tensão reinante, conseguiu disfarçar o nervosismo à custa do sarcasmo, o que não fica bem a um Presidente da República, fazendo referências às manifestações espalhadas um pouco por todo País, nomeadamente no Lubangotentativa de ocupação de um espaço verde e em Benguela, o embargo definitivo da fábrica de fertilizantes. Mas (saltou), não falou numa grande manifestação que teve lugar em Benguela (do conhecimento nacional e internacional), onde o povo de Benguela exigiu claramente a expulsão de Rui Falcão, governador de Benguela. Uma mancha irreparável no Governo de João Lourenço. Vamos esperar que daqui para a frente João Lourenço, Presidente da República de Angola, passe a falar de assuntos mais elevados. 

Talvez falando do povo e com o povo.

Chico Babalada / Francisco Rasgado


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